terça-feira, 10 de abril de 2018

Literacia Informacional e Mediática = TIC?






Para sobreviver e evoluir, para tomar decisões e resolver problemas, em cada faceta da vida pessoal, social, educacional, e profissional, os indivíduos, as comunidades e as nações precisam de informação, acerca de si próprios e do seu ambiente físico e social. Esta informação está disponível por via de três processos: observação e experimentação, conversação (com outras pessoas) e consulta (a instituições de preservação do património). A competência para fazer isto de forma eficaz e eficiente é chamada Literacia Informacional e Mediática.

A Literacia Informacional e Mediática engloba o conhecimento, as atitudes, e o conjunto das capacidades necessárias para saber quando é necessária informação e qual é a informação necessária; onde e como obter essa informação; como avaliá-la criticamente e, uma vez encontrada, como a organizar; e como usar essa informação de forma ética. O conceito vai para além das tecnologias da informação e comunicação, abarcando a aprendizagem, o pensamento crítico e as capacidades interpretativas que cobrem e superam as fronteiras educativas e profissionais. A Literacia Informacional e Mediática inclui todos os tipos de recursos de informação: orais, impressos e digitais. A Literacia Informacional e Mediática é um novo campo emergente dos direitos humanos num mundo cada vez mais digital, interdependente e global, e promove uma maior inclusão social. Ela pode estabelecer a ponte entre a informação rica e a informação pobre. A Literacia Informacional e Mediática fortalece os indivíduos e fornece-lhes o conhecimento das funções dos sistemas de informação e dos média e das condições em que estas funções são desempenhadas. A Literacia Informacional e Mediática está intimamente ligada com a aprendizagem ao longo da vida. A aprendizagem ao longo da vida permite aos indivíduos, às comunidades e às nações atingir as suas metas e tomar partido das oportunidades emergentes no ambiente global envolvente para o benefício partilhado de todos os indivíduos e não apenas de uns poucos. Ela permite-lhes conhecer os seus desafios tecnológicos, económicos e sociais e os das suas instituições e organizações, para compensar as desvantagens, e para promover o bem estar de cada indivíduo. Sob o chapéu do desenvolvimento da sociedade da informação / conhecimento a todos os níveis - local, regional, nacional e internacional, nós instigamos os governos e as organizações intergovernamentais bem como as instituições e as organizações privadas a prosseguir as políticas e os programas que advogam a promoção da Literacia Informacional e Mediática e a Aprendizagem ao Longo da Vida para todos. Ao fazer isso, elas irão fornecer a base vital para atingir as metas da Declaração do Milénio das Nações Unidas e da Cimeira Mundial da Sociedade da Informação.
Em particular, a IFLA recomenda que os governos e as organizações façam o seguinte: 
• Encomendem investigação sobre o estado da Literacia Informacional e Mediática e produzam relatórios, usando os indicadores da Literacia Informacional e Mediática como uma base para que os especialistas, os educadores, e os profissionais fiquem aptos a desenhar iniciativas eficazes; 
• Apoiar o desenvolvimento profissional nas áreas da educação, bibliotecas, informação, arquivo, e saúde e serviços pessoais nos princípios e práticas da Literacia Informacional e Mediática e da Aprendizagem ao Longo da Vida;
• Integrar a educação em Literacia Informacional e Mediática em todos os currículos de aprendizagem ao longo da vida; 
• Reconhecer a Literacia Informacional e Mediática e a Aprendizagem ao Longo da Vida como elementos chave para o desenvolvimento de capacidades genéricas que devem ser demonstradas para a acreditação de todos os programas de educação e formação; 
• Incluir a Literacia Informacional e Mediática no núcleo e naformação contínua de profissionais da informação, educadores, decisores económicos e políticos e administradores, bem como nas práticas dos consultores dos setores de negócios, da indústria e da agricultura; e 
• Implementar programas de Literacia Informacional e Mediática para aumentar as capacidades de empregabilidade e empresariais das mulheres e de grupos desfavorecidos, incluindo migrantes, subempregados e desempregados; 
• Apoiar encontros temáticos que irão facilitar a aquisição de estratégias em Literacia Informacional e Mediática e de Aprendizagem ao Longo da Vida no seio de regiões, setores e grupos populacionais específicos. 


Aprovado pelo Conselho de Administração da IFLA, na sua realização que teve lugar na cidade de Haia na Holanda, no dia 7 de Dezembro de 2011. 

A 37ª Assembleia Geral da UNESCO convidou os Estados Membros a apoiar as Recomendações e a tê-las em consideração durante o planeamento de futuras estratégias, políticas e iniciativas.

Recomendações da IFLA sobre a Literacia Informacional e Mediática Versão Final

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