quarta-feira, 7 de março de 2018

A instalação do medo, de Rui Zink


... para ler+ e melhor!

"[...] uma obra notável que devia tornar-se obrigatória nas escolas, se as escolas fossem o oposto do que são – como um dia hão-de ser: lugares onde se aprende a desinstalar o medo." - Inês Pedrosa, Jornal Sol






Dois homens batem à porta. «Bom dia, minha senhora, viemos para instalar o medo. E, vai ver, é uma categoria». «Recorrendo a frases curtas, à meta-linguagem […] e despido da ironia que o acompanha quase sempre, o escritor constrói uma narrativa que é uma forte crítica ao modelo civilizacional assente nos mercados. Os mercados são aqui o papão que tudo comanda e assusta […] Seco, cru, o livro arrisca na fórmula e é eficaz no efeito. No mesmo fôlego da escrita, o leitor entra na espiral construída por Rui Zink, sente o incómodo, sente-se vítima.»
Isabel Lucas, Público





Livros & Leituras - o comentário de Yevette Centeno:

"De vez en quando sofro da saudade de ler um bom livro. Bom neste sentido: que me surpreenda, pelo imaginário e pela estrutura narrativa, original, inovadora, irrepetível. Repeti-la seria plagiato (ainda que pelo mesmo autor).

Já li tanto, já li sempre, e às vezes vou antes ler um livro antigo do que algum destes novos que surgem em catadupa e de que não se dá conta, nem mesmo só a folhear.
Penso: estou velha, perdi sensibilidade, capacidade de alguma nova emoção. A culpa é minha.
E de repente, como aconteceu ontem, quando fui ao correio, dá-se o milagre!
Pela mão de um amigo, antigo e que muito admiro, desde os tempos da sua juvenil irreverência (e já nela a criatividade se deixava adivinhar) e do enorme brilho da sua inteligência e da sua cultura, bem maior do que o usual nas antigas décadas da Universidade.
Sempre gostei da inteligência irreverente, porque segura de si: do que sabe e do que ainda vai desejar saber, no decurso da vida. É a boa atitude de livre independência, nada tem a ver com a autocomplacência imbecil dos ignorantes.
Mas dizia eu, ontem tive a graça desse milagre que a leitura, pela mão do amigo Rui Zink, me concedeu. Abri o seu romance e não mais parei.Há muito tempo que não me acontecia."

Pode continuar a ler o comentário de Yvette Centeno aqui.

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