quarta-feira, 5 de abril de 2017

Teixeira de Pascoais - Vicente Risco (epistolário)


leituras que unem


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“NON NOVUM SED NOVE, insistentemente…

Vicente Risco tenta encontrar a primeira memória que tem de Portugal…

“en mi casa había una edición minúscula de os Lusíadas, en grabados antigos: Camoens, de armadura completa y coronado de laurel, un párpado caído sobre el ojo ciego, y un libro en la mano; la asamblea de los dioses en el olimpo, entre nubes y barrocos rayos de luz; las naves en un mar de menudas ondas onduladas; un torneo, debajo del qual decía:
cual [sic] do cavalo voa, que não deçe [sic]
Qual co cavalo em terra dado, geme…” (Risco, 2005: 115)



Risco só mais tarde lê Eça de Queiroz, Camilo, Antero. e é mais tardio ainda o seu interesse por Eugénio de castro e pelos restantes “nefelibatas” que, em Coimbra, assumiam orgulhosamente o epíteto de “aqueles que andam nas nuvens”. É desde logo curioso que risco associe o prazer de ler a poesia dos “nefelibata” à de um conhecido livro de Júlio Dantas, o amor em Portugal no século XVIII: 

“no lejos de la misma estética”: era ainda para ele a mesma “soberbia suntuosidad de una arte de excepción y del delicado ensueño de aquelles tiempos” (Risco, 2005: 116). 

Talvez até o mesmo “dandismo vital e social”, mas também ideológico, que marca o pensamento de Risco na juventude (Justo Beramendi, in Risco, 2005: 12). O conhecimento que Risco tem de Pascoaes é indireto e ainda mais tardio, mas empático: 

“lo más recóndido del alma portuguesa se nos revelo en el ‘saudosismo’ – cuya primera revelación debo a un francês: el prodigioso autodidacto Philéas Lebesgue, en un artículo del Mercure. De poco después data mi relación personal com Teixeira de Pascoaes y com Leonardo Coimbra. No sólo Portugal, Galicia misma estaba en aquel espírito, en aquel transcendentalismo que aún tiene en mi un adepto. Hay que conocer la significación profunda del oceano, como realidad y como símbolo, para comprender la dedicatória de Teixeira de Pascoaes: 
Galiza, terra irmã de Portugal 
Que o mesmo oceano abraça longamente…” (Risco, 2005: 116- 117).

Mais do que uma proximidade fronteiriça, a proximidade da Galiza é muitas vezes vista como uma ligação umbilical: a existente entre irmãos, ou a existente entre mãe e filho, ou avó e neto. Sempre mais mátria que pátria, porque baseada numa propriedade amorosa e espiritual, como a linguagem e a paisagem, e não brutalmente material, como o poder político ou económico.

Teixeira de Pascoes - Vicente Risco (epistolário) - Prefácio e transcrição de Maria Luísa Malato e Maria Celeste Natário, Publicaciónes da Fundación Vicente Risco




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